De Bruyne dispara contra FIFA, UEFA e novo Mundial de Clubes: “É o dinheiro que fala”
Jogador do Manchester City e da seleção belga destaca exaustão dos atletas com o calendário inchado do futebol com o novo Mundial de Clubes e outras competições
Kevin De Bruyne, um dos principais nomes do Manchester City e da seleção da Bélgica, expressou recentemente sua insatisfação com o calendário sobrecarregado do futebol mundial.
Aos 33 anos, o meio-campista critica duramente as decisões da Fifa e da Uefa em expandir competições sem considerar o impacto na saúde dos jogadores.
Segundo ele, a introdução do novo Mundial de Clubes, previsto para 2025 com a participação de 32 times, agrava ainda mais a situação, aumentando o número de partidas e reduzindo o tempo de descanso e preparação.
Críticas ao novo calendário e à FIFA
Em entrevista coletiva, De Bruyne destacou o problema que surge após o término do Mundial de Clubes, quando haverá apenas três semanas de intervalo entre a final do torneio e o início da nova temporada da Premier League.
“O problema vai chegar quando tiver terminado o Mundial de Clubes. Sabemos que haverá somente três semanas entre a final e a primeira rodada da Premier League. São três semanas para tirar férias e se preparar para jogar mais 80 jogos”, desabafou o jogador.
De Bruyne também mencionou que, apesar das tentativas de associações como a PFA (Associação dos Jogadores Profissionais) na Inglaterra e sindicatos de outros países para encontrar soluções, a realidade é que
“A Uefa e a Fifa fazem mais partidas e podemos tentar dizer alguma coisa, mas nenhuma solução foi encontrada. Eles não se importam. É o dinheiro que fala.”
O jogador enfatiza que a saúde dos atletas parece ser negligenciada pelas entidades máximas do futebol, que, em busca de lucros, continuam aumentando o número de competições e jogos no calendário.
A temporada 2024/25 será a segunda de três seguidas com torneios internacionais ocupando o período tradicional de férias dos jogadores, em junho e julho, incluindo a Eurocopa e a Copa América.
Impacto das mudanças no futebol europeu
Além do Mundial de Clubes, outras competições também estão sendo reformuladas. A partir de 2024, a Liga dos Campeões, a Liga Europa e a Liga Conferência da Uefa terão novo formato. A fase de grupos tradicional será substituída por uma fase de liga, onde as equipes disputarão mais partidas em vez do sistema de ida e volta.
No caso da Liga dos Campeões, por exemplo, os times terão oito jogos contra adversários diferentes em vez dos seis habituais. O novo formato também inclui um playoff de ida e volta antes das oitavas de final.
Essas mudanças podem fazer com que equipes europeias joguem mais de 70 partidas em uma única temporada, levando jogadores como De Bruyne a questionar a sustentabilidade física e mental desse calendário.
O novo Mundial de Clubes com 32 times, marcado para ocorrer entre 15 de junho e 13 de julho de 2025, nos Estados Unidos, apenas intensifica essa preocupação.
Formato e equipes do novo Mundial de Clubes
O Mundial de Clubes de 2025 adotará um formato similar ao da Copa do Mundo de seleções, com oito grupos de quatro equipes, partidas de turno único, e fase de mata-mata em jogo único. Não haverá disputa de terceiro lugar, tornando o torneio ainda mais compacto e intenso.
Entre os times já confirmados para a competição estão Manchester City, Palmeiras, Flamengo, Fluminense, Real Madrid, Chelsea, Bayern de Munique, entre outros. O evento está previsto para ocorrer em plena temporada de verão europeia, período que normalmente seria de descanso para os jogadores.
Exaustão à vista?
O cenário delineado por De Bruyne traz à tona uma preocupação real sobre a saúde física e mental dos jogadores de futebol, que podem enfrentar uma maratona de jogos sem descanso adequado.
Com a primeira Copa do Mundo com 48 seleções marcada para 2026, a tendência de um calendário sobrecarregado parece continuar, desafiando a capacidade dos atletas de manterem o alto nível de performance.
A fala de De Bruyne reflete uma insatisfação crescente no futebol profissional e levanta uma importante questão sobre os limites do esporte moderno. A pressão para equilibrar a expansão comercial com o bem-estar dos jogadores será um desafio crucial para as organizações que governam o futebol nos próximos anos.