MP de Goiás Defende Plataforma Contra Manipulação no Futebol em Reunião no Senado
As apostas esportivas online são um fenômeno mundial, e no Brasil não podia ser diferente. A recente regulamentação, sancionada no final de 2023 vem trazendo à luz muitos debates pertinentes sobre o assunto, sobretudo no que concerne ao aspecto das fraudes no sitema.
Na última terça-feira, 11 de junho, aconteceu mais um encontro da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado, no MP de Goiás. Cyro Terra Peres, procurador-geral do Ministério Público (MP) de Goiás, e Fernando Martins Cesconetto, promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), apresentaram detalhes sobre a operação Penalidade Máxima.
A operação investiga manipulações em partidas de futebol brasileiro e foi iniciada em novembro de 2022 após denúncia de Hugo Jorge Bravo, então presidente do Vila Nova Futebol Clube.
Argumentos em prol da fiscalização
Os integrantes do MP de Goiás argumentaram a favor da criação de uma plataforma nacional que reprima a manipulação de resultados esportivos. Cyro Peres enfatizou a necessidade de um sistema integrado que envolvesse o Ministério da Justiça, Ministério da Fazenda, Ministérios Públicos, Polícia Federal, Polícia Civil e entidades esportivas, para que as informações fluam rapidamente e alcancem às autoridades competentes.
O promotor Fernando Cesconetto também destacou a importância da adesão do Brasil à Convenção de Macolin, que combate a manipulação de resultados esportivos e conta com a assinatura de mais de 60 países.
Penalidade Máxima
O nome sugestivo da Operação vem a calhar: a mesma já passou por quatro fases, abrangendo suspeitas de manipulação em jogos da Série A do Campeonato Brasileiro e torneios estaduais.
Em 2023, o Brasil registrou 109 partidas suspeitas de manipulação, todas no futebol, segundo relatório da Sportradar, empresa contratada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). É um número que representa queda de 29% em relação a 2022. A operação já denunciou 32 pessoas, nove das quais como membros de uma organização criminosa, a qual oferecia propinas de até R$ 500 mil.
Sistema integrado de fiscalização
A urgência da criação de uma plataforma nacional foi defendida por Cyro Peres, que afirmou:
“Se nós criássemos, como já existe em outros países, uma espécie de plataforma nacional que permitisse detectar, reprimir e punir esse tipo de fato… isso faria com que a informação fluísse de uma maneira rápida e chegasse às autoridades com capacidade de apuração”.
Com a inauguração da Unidade de Integridade pela CBF e o convênio firmado com a Polícia Federal para o compartilhamento de relatórios sobre casos suspeitos, espera-se que essas medidas indiquem um rumo para a erradicação da manipulação de resultados no futebol brasileiro.
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