Tiago Braz está fora das Olimpiadas de Paris depois de violar o antidopping
O salto interrompido: Thiago Braz fora das Olimpíadas de Paris por violação antidoping
Campeão olímpico de salto com vara testa positivo para substância proibida e se vê diante de um obstáculo inesperado
Thiago Braz, o nome que ressoou nas Olimpíadas do Rio, agora ecoa por um motivo diferente. O atleta, que já chegou a voar alto no salto com vara, enfrenta uma suspensão que o mantém afastado das pistas até novembro deste ano e, mais dolorosamente, das Olimpíadas de Paris.
O início da queda
Em julho de 2023, o mundo do atletismo foi sacudido com a notícia: Thiago Braz testou positivo para Ostarina. A substância, conhecida por seus efeitos no aumento de massa muscular, é um fantasma no esporte, banida pela World Athletics e proibida em competições desde 2008. A suspensão veio como um choque, não só para o atleta, mas para todos que acompanharam sua trajetória vitoriosa.
De acordo com a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, a ostarina é classificada como um “SARM”, ou Modulador Seletivo de Receptores Androgênicos, e está na lista de substâncias proibidas da AMA-WADA. Médicos especialistas explicam que essa substância tem sido associada ao aumento da força muscular, atuando no tecido ósseo e muscular.
A substância da controvérsia
A Ostarina não é um nome comum no cotidiano, mas no esporte, ela carrega um peso enorme. Desenvolvida para tratar doenças graves, como a caquexia cancerosa, encontrou seu caminho ilegal no esporte por prometer o aumento da força muscular sem os efeitos colaterais dos esteroides anabolizantes.
No Brasil, a venda de Ostarina é um terreno nebuloso. Não há registros na Anvisa, mas ela circula no mercado, muitas vezes disfarçada de suplemento. O perigo está na ingenuidade ou na busca por resultados rápidos, que podem custar a carreira de um atleta.
Thiago Braz, por sua vez, afirma ter consumido a substância por orientação médica, sem intenção de melhorar seu desempenho de forma ilícita. A Unidade de Integridade do Atletismo pede quatro anos de suspensão, enquanto o Tribunal Disciplinar pondera sobre a “intenção indireta” e a “imprudência”.
Impacto no esporte
Thiago Braz, que conquistou a medalha de ouro no salto com vara nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, é um dos destaques mundiais nessa modalidade. Além disso, ele conquistou a medalha de bronze em Tóquio e a prata no mundial de atletismo indoor de Belgrado, na Sérvia, em 2022.
A suspensão do atleta levanta debates sobre a responsabilidade dos esportistas em relação ao consumo de suplementos e substâncias proibidas. Enquanto alguns defendem que os atletas devem estar atentos aos produtos que consomem, outros argumentam que Thiago alega ter consumido a substância por orientação de sua equipe médica.
A lição que fica é clara: a responsabilidade é sempre do atleta, independente das circunstâncias. A decisão final sobre a punição de Thiago Braz ainda está em discussão, e a comunidade esportiva aguarda por mais esclarecimentos sobre o caso. Enquanto isso, o atleta se mantém afastado das competições, aguardando o desfecho desse episódio que marcou sua carreira no esporte de alto rendimento.